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Loucura Londrina | Aventuras Em Blog

Um Português A Aprender a Viver Em Londres, E Nem Sempre Da Maneira Mais Fácil

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Loucura Londrina | Aventuras Em Blog

12
Mai09

Políticas de cotas: bahhhhhhh

Peter WouldDo

 

Eu nunca concordei com as políticas de cotas.

Sejam elas de mulheres no parlamento.

De jogadores extra-comunitários nos clubes de futebol.

Até mesmo de deficientes na administração pública.

Ou, a mais irritante de todas, de homossexuais nas empresas ligadas à moda.

Deixo claro, desde já, que não tenho nada contra mulheres políticas, jogadores brasileiros (embora tenha contra jogadores vietnamitas), deficientes e, é claro, gays.

No Harrods, como já o tinha referido num post anterior, haverá uma das maiores concentrações mundiais de homossexuais, tirando as parades de cidades como San Francisco.

Mas na Matches, uma empresa bem mais pequena, a cota lá está representada.

Para ser sincero, até acho que os homossexuais têm mais jeito para a moda que eu e a maioria dos heteros.

Hmmmmmmmm.

Esperem lá…

Até hoje acho que estive a olhar para o assunto segundo a perspectiva errada.

Talvez a cota nas empresas ligadas à moda seja mesmo para heterossexuais e eu tenha sido abrangido por ela.

Duas vezes…

Sinto-me como parte de uma minoria.

Ostracizada…

05
Fev09

Neve - sorte ou azar?

Peter WouldDo

Não faz sentido, de facto, este blog chamar-se Loucura Londrina e não fazer qualquer alusão ao nevão caído durante domingo e segunda-feira.

Acreditem que foi uma verdadeira loucura londrina.

Que durou, durou, durou, quase toda a semana.

Bem o estilo britânico.

Por isso, aqui ficam três post sobre o assunto.

Para compensar a ausência dos últimos dias.

 

O que no domingo à tarde parecia pólen vindo das árvores, transformou-se à noite num espectáculo de se ver.

“Tão giro”, disse eu, acrescentando logo de seguida: “Estava a ver que não via neve, depois de ter nevado na minha rua em Portugal”.

Na manhã seguinte (segunda) acordo às cinco da manhã.

Uma hora depois abro a porta da rua e a primeira passada acaba cerca de 10 centímetros abaixo do nível da neve.

“Huuuuuuum, assim vou ficar com os pés molhados. Vou buscar um par de meia suplementar”.

Lembrei-me ainda de um conselho que já me tinham dado: colocar um saco plástico em cada pé.

Assim fiz e resultou na plenitude Tinha chegado à estação com os pés enxutos.

Poiucos minutos depois o maior azar do dia.

Chega um metro. (Mais tarde vim a saber que foi um dos poucos da manhã).

Porquê azar, pergutam.

Azar porque trabalhei das sete às 16, como um dia normal.

Mas quem ficou em casa (cerca de dois terços dos funcionários do Harrods) acabou por ser pago da mesma forma que eu.

Para compensar quem trabalhou, ficamos a saber que nos vão dar um dia de folga à escolha.

- “Huuuum, escolho a passada segunda-feira”.

- “Ah, esse dia não pode ser porque já passou!”, dizem-me.

- “Pois é. Xiça, se sabia tinha ficado a dormir. Para a próxima faço como os outros…”

 

E na verdade, não tenho dúvidas que com estas decisões, da próxima vez, uma grande parte do terço das pessoas que foram trabalhar não o fará.

23
Jan09

Fiquem a conhecer o Mundo Harrods

Peter WouldDo

 

O mundo Harrods cada vez me fascina mais.

Há dias em que parece que entro noutro planeta quando faço o check-in para começar a laborar.

São tantas as diferenças para o mundo real de cá de fora, que aquilo parece um conto de fadas. Só com fadas...

Passo a explicar as diferenças:

 

Quando andamos numa escada rolante do metro de Londres, por exemplo, se colocámos a mão no corrimão podemos no mínimo sujá-las e no máximo apanhar uma doença mortal.

No Harrods se colocamos as mãos num corrimão de uma escada rolante ficamos com elas cheias de creme, o que pode ser útil quando nos esquecemos de fazer em casa.

 

As mesmas escadas rolantes do metro de Londres têm umas escovas junto ao chão para evitar que as pessoas fiquem presas.

Já no Harrods, essas escovas servem para engraxar os sapatos.

 

Qualquer pessoa sabe que o ser humano liberta, por vezes, gazes pouco amigos do olfacto.

Mas, no Harrods, esses gazes são no mínimo Gucci by Gucci até a um bom Prada ou Jean Paul Gaultier, nos caso das senhoras.

 

Cá fora, no mundo real, 90 por cento das pessoas que andam com sacos e bolsa pendurados no braço são mulheres.

No Harrods, os 90 por cento são atribuídos a homens.

 

Por isso, sempre que entro no “tasco” sigo uma rotina:

Ando dez minutos de escadas rolantes para hidratar a pela das mãos e engraxar os sapatos.

E depois passo pela casa de banho das senhoras para me perfumar, já com um saco plástico, com o lanche dentro, colocado no braço.

Há que ser romano em Roma.

19
Nov08

Procura-se descomplicador para Código de Vestuário

Peter WouldDo

Ando numa de recordar.

E como não quero ir muito atrás no tempo, para já, lembrei-me de hoje falar no Código de Vestuário (Dress Code) cá do tasco.

 

São 15 páginas impressas a cor que mostram como nos devemos apresentar ao serviço.

Claro que parte dessas regras apenas se aplicam a quem trabalha a tempo inteiro nos pisos de venda ao público, o que não é o meu caso.

Algumas são apenas para homens, outras para mulheres.

No entanto, há regras que são para todos:

 

  •  A minha preferida, pela descrição que faz, é a do limite das suíças (patilhas) até meio da orelha.
  • Diz ainda, que não podem ser mais largas que uma polegada (2,5 cm).
  • O cabelo tem de ser complementar ao tom de pele. (morenas adaptadas a loiras é esquecer)
  •  Na higiene pessoal, o “dress code” reforça que o duche deve ser diário, incluindo cabelo… (como se isso fosse possível para algumas mulheres de cabelo grande)
  •  Todos devem usar desodorizante/antitranspirante.
  •  Também se deve usar perfume, não especificando se pode ser comprado na feira ou em marroquinos. (fiquei admirado com essa falha deles)
  •  Quanto à boca: (e aqui é melhor usar mesmo o inglês) “outstanding dental hygiene”.
  •  Nada de pastilhas na boca.
  • Os sapatos não podem ter solas de borracha (eles gostam de ouvir o barulho das solas no chão)
  • Quanto a jóias e acessórios, o limite é um relógio de pulso e um anel por mão.
  • Nada de piercings ou tatuagens visíveis.

E fico-me por aqui, porque nem sequer quero entrar na parte dedicada apenas às mulheres, com o risco de escrever um livro concorrente à Paula Bobone…

 

 

11
Nov08

A minha relação com os Goeses

Peter WouldDo

 

Se há umas semanas atrás andava pelas ruas a olhar para as montras à procura de papéis a dizer “Staff Wanted”, agora vejo-me a andar pelo Harrods a olhar para o crachá das pessoas onde consta o nome delas.

 

O objectivo é saber se são portugueses e se assim for meter conversa.

 

Daí advém esta minha relação com os Goeses.

 

Vamos a factos:

  • Goeses são os habitantes da província de Goa, Índia.
  • Goa foi uma colónia portuguesa até 1961.
  • Derivado do longo domínio português, grande parte dos Goeses têm nomes portugueses.
  • O Harrods tem um número considerável de trabalhadores Goeses.

 

Vamos agora às minhas deduções:

  • Os Goeses não são assim tão fisicamente diferentes dos brasileiros ou portugueses.
  • Quem tem nome português fala português.

 

Durante as duas semanas de trabalho que já tenho naquele armazém, já me cruzei por cerca de uma dezena de Goeses.

Vendo um nome português no crachá (como Zico Ricardo ou Manuel Lourenço), a minha primeira reacção é falar com eles… em português.

- Olá, tudo bem?

(Indiferença do Goês. Volto a tentar)

- De onde é?

(Cara de não compreensão do que digo. Tira teimas)

- You don’t speak Portuguese?

- No.

- Where are you from?

- Goa.

 

A partir do quarto ou quinto nome português, já só dizia “Olá, tudo bem?”

A não obtenção de resposta levava-me logo a perguntar: “You are from Goa?” para a qual obtinha resposta afirmativa.

 

Quando a conversa tem tempo para continuar quase sempre fico a saber que os pais deles sabiam falar português, e alguns deles até eram portugueses.

Não quero fazer deduções, mas acho que nesta altura já devo ter a cabeça a prémio…

Já devo ser conhecido como o gajo que anda a importunar os goeses com perguntas que eles não entendem.

Qualquer dia sou perseguido por eles a fazerem-me perguntas em concani (o idioma oficial de Goa) sobre porque é que não sei falar concani se ponho pimenta na comida. Uma especiaria que vem de lá.

Pelo menos já é esse o pesadelo que tenho de noite.

E pelo sim pelo não, passei a comer sem pimenta.

 

28
Out08

Porque eu sabia que os bons dias viriam...

Peter WouldDo

Hoje, terça-feira, comecei no novíssimo emprego.

É que a vida é mesmo assim.

Numa altura andamos lixados para arranjar um trabalho, e quando nos aprecebemos temos dois.

Foi o meu caso. Tinha eu trabalhado alguns dias na EUK quando veio a resposta de uma entrevista que tinha feito há duas semanas atrás.

A mesma entrevista em que pediam para evar fato, e eu levei casaca de pele... castanha.

 

Hoje, entrei pela primeira vez nos armazéns Harrods... e para trabalhar.

Devo ser das poucas pessoas no mundo que na primeira vez que entrou naquele lugar fantástico o fez para trabalhar.

Mais uma vez não me livro dos armazéns.

É que também ali vou trabalhar nessa secção.

Mas acho que o chefe foi com a minha cara.

Primeiro, lembrava-se da minha entrevista (e sei que foram algumas) porque disse:

- Oh, You!

Segundo, porque de entre as funções possíveis da secção me deu a melhor.

Enquanto que outro que também começou hoje vai empacotar coisas compradas pela internet para serem enviadas, eu vou buscá-las.

Enquanto ele fica oito horas fechado na cave, eu vou ter a oportunidade de andar a recolher encomendas por todas as secções do Harrods, o que me permitirá conhecer aquele mundo fantástico e um monte de pessoas que lá trabalha.

 

Só no regresso a casa, sentado no Metro, me apercebi de como a minha vida mudou nos últimos meses.

Ainda há cerca de meio ano, estava eu deitado a ver televisão, sozinho num T3 em plena cidade de Mirandela, quando decidi que queria mudar de vida.

Resolvi que queria ir para Londres.

Hoje, estou a escrever este post, depois de um dia de trabalho no Harrods, sozinho apenas num quarto, em plena Londres.

 

O sonho está realizado...

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