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Loucura Londrina | Aventuras Em Blog

Um Português A Aprender a Viver Em Londres, E Nem Sempre Da Maneira Mais Fácil

Um Português A Aprender a Viver Em Londres, E Nem Sempre Da Maneira Mais Fácil

Loucura Londrina | Aventuras Em Blog

30
Nov08

Nem tudo o que tem pêlo tem vida...

Peter WouldDo

Reparem nesta preciosidade...

 

 

Passo a explicar:

A personagem desta foto é um dos meus vizinhos.

Um dos muito judeus do meu bairro.

Se a batina preta até nem é novidade nenhuma (os padres católicos também a usam), já aquela coisa que eles usam na cabeça...

Não tenho a certeza, mas julgo que àquilo se chamará chapéu.

Tem pelinho, que não será de animal.

E devo explicar que ao sábado é sagrado que todos os judeus homens adultos o usam.

Mas o mais bonito é mesmo quando chove.

É que eles desenvolveram uma espécie de "capucho" com o formato daquela coisa.

Então se aquilo já fica alto, com o capucho ficam piores que a Marge Simpson ou os guardas da rainha...

 

Para ser sincero, já deparei comigo a imaginar o que seria possível colocar dentro daquelas coisas...

O lanche, o porta-moedas, um leitor mp3... (ou melhor ainda, um rádio de cassetes, se é verdade que já estão ultrapassados, tenho a certeza que caberiam).

Adoraria um dia experimentar um...

Tenho a certeza que faria a minha mãe feliz.

Passo a explicar: ela está sempre a dizer que estrago os bolsos das calças porque ando sempre com muitas coisas lá dentro.

Assim teria mais um local para as pôr.

 

 

 

 

25
Nov08

Ora sai uma garrafinha de Evian para as meninas...

Peter WouldDo

Vim a correr para o quarto para cuscar o que a Magda e a amiga (que não me lembro do nome) estavam a conversar.

Espero ter internet até ao fim do post, já que nos últimos dias tem falhado.

Motivo que não desculpa, porém, a minha ausência.

Regressando às brasileiras, estava eu sentado confortavelmente a jantar os meus noodles, quando chega a amiga da Magda toda equipada como se viesse dos Alpes.

Aqui em Londres está, de facto, frio, e tudo bem que ela é brasileira, mas não precisa de se vestir como uma muçulmana em que só os olhos se vêm…

Bem, a conversa delas rolou logo para a água, já que ela vinha com sede.

A Magda ofereceu-lhe um copo da sua garrafa que estava no frigorífico (ou sei que não faz sentido elas estarem com frio e beberem água do frigo, mas que havemos de fazer…) e a amiga atirou logo:

 

(ler com sotaque brasileiro sff)

- Qui água é essa? Não é da torneira, não?

- Não minina. Essa aí é comprada. Mas qui trabalheira tenho pra trazer ela do supermercado.

- É qui aqui a água não presta!

- Eu sei, agora só bebo Evian.

- Dessa também gosto.

- Às vezes penso como o meu fígado é forte, depois di tanta água que bebi em cá e em Portugal com cloro.

- Devi ser mesmo!

 

Por esta altura engasguei-me com uma bola de carne, que me estava a saber tão bem.

Não quero ser mauzinho, mas aquela referência a Portugal veio mesmo a calhar, com a minha presença na cozinha.

O meu pensamento resvalou logo para qualquer coisa como:

“No vosso país devias beber água muito melhor, suas..."

Claro que continuou por aí fora, mas como este blog é para toda a família, não posso transcrever.

Poucos segundos depois enfiaram-se no quarto.

 

Antes de terminar gostaria de comunicar que os avisos/gravuras regressaram.

Já há uns quantos espalhados pela casa, e desta vez dirigidos a mim.

Nos próximos dias haverá transcrições.

E que estórias eles trazem…

 

PS: Thanks Maciej for the banner.

19
Nov08

Procura-se descomplicador para Código de Vestuário

Peter WouldDo

Ando numa de recordar.

E como não quero ir muito atrás no tempo, para já, lembrei-me de hoje falar no Código de Vestuário (Dress Code) cá do tasco.

 

São 15 páginas impressas a cor que mostram como nos devemos apresentar ao serviço.

Claro que parte dessas regras apenas se aplicam a quem trabalha a tempo inteiro nos pisos de venda ao público, o que não é o meu caso.

Algumas são apenas para homens, outras para mulheres.

No entanto, há regras que são para todos:

 

  •  A minha preferida, pela descrição que faz, é a do limite das suíças (patilhas) até meio da orelha.
  • Diz ainda, que não podem ser mais largas que uma polegada (2,5 cm).
  • O cabelo tem de ser complementar ao tom de pele. (morenas adaptadas a loiras é esquecer)
  •  Na higiene pessoal, o “dress code” reforça que o duche deve ser diário, incluindo cabelo… (como se isso fosse possível para algumas mulheres de cabelo grande)
  •  Todos devem usar desodorizante/antitranspirante.
  •  Também se deve usar perfume, não especificando se pode ser comprado na feira ou em marroquinos. (fiquei admirado com essa falha deles)
  •  Quanto à boca: (e aqui é melhor usar mesmo o inglês) “outstanding dental hygiene”.
  •  Nada de pastilhas na boca.
  • Os sapatos não podem ter solas de borracha (eles gostam de ouvir o barulho das solas no chão)
  • Quanto a jóias e acessórios, o limite é um relógio de pulso e um anel por mão.
  • Nada de piercings ou tatuagens visíveis.

E fico-me por aqui, porque nem sequer quero entrar na parte dedicada apenas às mulheres, com o risco de escrever um livro concorrente à Paula Bobone…

 

 

18
Nov08

As palavras "indianos" e "comer" não resultam na mesma frase

Peter WouldDo

Os indianos estão a dar-me cabo da cabeça.

Só porque há dias disse que a comida estava muito picante, agora gozam-me constantemente.

Eles, que estão habituados a comer tudo super picante.

Vou ter que arranjar maneira de os calar.

Ando a pensar em oferecer-lhes um bom bife de vaca, para depois me rir com a reacção deles.

Eu sei que ao fazer isso estarei a ser mauzinho, mas eles não param de me gozar.

O que me obriga a medidas mais avançadas de retaliação.

Outra coisa que não me deixa comer descansado quando eles estão ao pé de mim são os talheres que usam.

Ou melhor, a ausência deles.

Na verdade, os indianos (ou pelo menos os do meu departamento) trazem de casa uma espécie de pão (mais parecido com crepes devido à fina espessura) com o qual vão pegando na comida do prato.

Fazem uma espécie de pega que leva a comida à boca.

Nas primeiras vezes fiquei atento para ver se não sujavam os dedos.

E o Lourenço (Goês) no início ainda foi conseguindo.

O prato era uma espécie de caldeirada.

O problema dele foi quando acabaram as batatas e os outros legumes e ficou quase só molho.

Aí ele sujava os dedos, os quais lambia posteriormente.

 

Como podem ler, comer ao pé deles torna-se… desgastante!

Gostaram desta palavra?

Ética, não? 

14
Nov08

Reflexão sobre tostões... perdão, pence

Peter WouldDo

 

 

Olá leitor,

hoje apenas

passei por 

para

te dizer

que:

 

 

A economia do Reino Unido (RU) entrou oficialmente em recessão.

 

As vendas imobiliárias estão ao nível mais baixo desde que há registos.

Ou seja, há 30 anos.

 

O desemprego no RU está a avançar ao ritmo mais elevado dos últimos 16 anos.

 

O número de desempregados no RU é o mais alto desde 1997.

 

A libra está no valor mais baixo de sempre no câmbio com o euro.

 Uma libra vale hoje, sexta-feira, 1,16 euros.

 

Quando vim para Inglaterra valia cerca de 1,26 euros.

 

Num salário semanal médio de 220 libras, perdi 22 euros.

Cerca de 90 euros por mês.

 

A ministra britânica responsável pelo evento veio a público dizer que se fosse hoje não se candidatariam à organização dos próximos Jogos Olímpicos em 2012.

 

Perante tais factos, quais das três seguintes frases me tens a dizer:

 

  1. Onde tu te foste meter… Agora sofre.
  2. Regressa, estás perdoado.
  3. Caga nisso!

 

Aguardo comentários.

 

12
Nov08

Ser emplastro no Japão

Peter WouldDo

 Sempre me ri com o emplastro do FC Porto.

Aquele desdentado que aparece em todo o lado e até tem uma página na internet.

Nunca mais me esquece um directo da RTP sobre as eleições norte-americanas e o emplastro surge por trás do jornalista, que estava em Washington, a dizer que o pai dele era o Barack Obama.

Como se isso fosse possível, já que a cor da pele nem sequer é similar.

Ok, à excepção depois do quarto dia dele sem tomar banho…

Esta cena obviamente que não aconteceu.

 

Mas agora imaginem uma equipa de filmagem japonesa a gravar um vivo de uma jornalista para um programa de economia em pleno centro financeiro de Londres.

De repente, surge por trás da jornalista um gajo que (dizem-me ser português) diz adeus e sorri.

Segundo consegui apurar, este infeliz tinha o desejo de um dia ser também emplastro, mas com a particularidade de ninguém o conhecer.

Um canal japonês foi uma oportunidade única.

O tal português estaria a usar um lenço palestino verde.

Vai-se lá saber onde eu já ouvi falar desta peça de roupa…

Não sei se o vivo foi repetido devido ao emplastro.

Muito menos se o programa fez sucesso acrescido devido à cena.

Mas desconfio que este emplastro já alguma vez terá uma página dedicada a si e à arte de “emplastrar”.

Bem, no Japão nunca se sabe…

11
Nov08

A minha relação com os Goeses

Peter WouldDo

 

Se há umas semanas atrás andava pelas ruas a olhar para as montras à procura de papéis a dizer “Staff Wanted”, agora vejo-me a andar pelo Harrods a olhar para o crachá das pessoas onde consta o nome delas.

 

O objectivo é saber se são portugueses e se assim for meter conversa.

 

Daí advém esta minha relação com os Goeses.

 

Vamos a factos:

  • Goeses são os habitantes da província de Goa, Índia.
  • Goa foi uma colónia portuguesa até 1961.
  • Derivado do longo domínio português, grande parte dos Goeses têm nomes portugueses.
  • O Harrods tem um número considerável de trabalhadores Goeses.

 

Vamos agora às minhas deduções:

  • Os Goeses não são assim tão fisicamente diferentes dos brasileiros ou portugueses.
  • Quem tem nome português fala português.

 

Durante as duas semanas de trabalho que já tenho naquele armazém, já me cruzei por cerca de uma dezena de Goeses.

Vendo um nome português no crachá (como Zico Ricardo ou Manuel Lourenço), a minha primeira reacção é falar com eles… em português.

- Olá, tudo bem?

(Indiferença do Goês. Volto a tentar)

- De onde é?

(Cara de não compreensão do que digo. Tira teimas)

- You don’t speak Portuguese?

- No.

- Where are you from?

- Goa.

 

A partir do quarto ou quinto nome português, já só dizia “Olá, tudo bem?”

A não obtenção de resposta levava-me logo a perguntar: “You are from Goa?” para a qual obtinha resposta afirmativa.

 

Quando a conversa tem tempo para continuar quase sempre fico a saber que os pais deles sabiam falar português, e alguns deles até eram portugueses.

Não quero fazer deduções, mas acho que nesta altura já devo ter a cabeça a prémio…

Já devo ser conhecido como o gajo que anda a importunar os goeses com perguntas que eles não entendem.

Qualquer dia sou perseguido por eles a fazerem-me perguntas em concani (o idioma oficial de Goa) sobre porque é que não sei falar concani se ponho pimenta na comida. Uma especiaria que vem de lá.

Pelo menos já é esse o pesadelo que tenho de noite.

E pelo sim pelo não, passei a comer sem pimenta.

 

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