Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Loucura Londrina | Aventuras Em Blog

Um Português A Aprender a Viver Em Londres, E Nem Sempre Da Maneira Mais Fácil

Um Português A Aprender a Viver Em Londres, E Nem Sempre Da Maneira Mais Fácil

Loucura Londrina | Aventuras Em Blog

29
Jan09

A janela indiscreta

Peter WouldDo

O meu quarto novo tem uma janela para o exterior.

E essa janela fez-me muito feliz no primeiro sábado no quarto.

Acordei e tinha o sol a bater-me na cara.

Há quase um ano que isso não acontecia.

Foi um momento bem simpático.

 

Mas a mesma janela tem inconvenientes...

Alguns dias depois do episódio do sol (nunca mais houve sol em Londres desde esse dia) cometi uma pequena loucura.

Posei semi-nu para dezenas de pessoas.

Passo a explicar.

Menos de 20 metros de distância separam o meu quarto de dezenas de olhares de cinco em cinco minutos.

A janela tem vista para a Picadilly Line do metro de Londres.

Eu estava a vestir-me, depois de um duche, com a cortina aberta e posei inconscientemente.

E posso dizer que ainda tive sorte, porque algumas vezes o metro pára mesmo em frente à minha janela para esperar que o anterior saia da estação que fica perto.

Agora imaginem o que seria de repente virar-me e deparar-me com duas carruagens cheias de pessoas a olhar para mim…

 

Mas, tenho de admitir que até gostei da experiência.

E acho que vou fazer disso um passatempo.

Convêm dizer que esta é a linha que traz passageiros do aeroporto de Heathrow.

Já estou a imaginar eles a chegarem pela primeira vez à cidade e a pensarem:

“Será que aqui é toda a gente assim?”

Pelo “assim” refiro-me apenas à nudez e não ao tamanho de nada…

Quem sabe não me torno em mais uma atracção desta cidade.

Claro que a TFL (empresa que gere os transportes) me teria de pagar uma pequena comissão pelos bilhetes vendidos a mais.

Por outro lado, teria de remover as mulheres condutoras de comboios, para evitar acidentes.

Bem, pelo menos projectos de emprego para o futuro não me faltam…

 

 

PS: Inspirei-me na janela da Liz para falar da minha.

28
Jan09

Casa nova, estórias novas

Peter WouldDo

 

Falei pouco sobre a casa nova, e já cá estou faz hoje duas semanas

Somos seis a viver nela. Quatro portugueses e dois espanhóis.

E o problema de se viver com portugueses (se bem que morava com uma brasileira) é que eles podem a qualquer momento descobrir a existência deste blog e lê-lo.

Sobretudo porque são bem maiores utilizadores de internet que a Magda.

Aliás, aproveito para dizer Olá aos três portugueses que vivem agora comigo, para o dia em que descobrirem este blog.

Mas, claro que as estórias engraçadas serão aqui contadas, e sem censura.

E até acho que já encontrei uma nova personagem para algumas das estórias:

O Fidel.

Pode dizer-se que ele é o elemento aglutinador da casa.

Para além no nome, nada tem de ditador.

À excepção de que não gosta que ninguém se sente na sua manta peluda, colocada sobre o sofá.

Este espanhol tem uma personalidade forte, e gosta de fazer valer as suas vontades.

Mas quando a S (a outra espanhola) não está em casa ele porta-se bem.

Quando ela está em casa, o Fidel fica mais arrogante.

Acho que é dos mimos que ela lhe dá.

Convém dizer que há mais que afecto entre eles.

Pode mesmo chamar-se amor ao que os une.

E pelo que conheci até hoje do Fidel, ele seria um bom substituto para a Magda, como personagem das minhas estórias.

Até porque têm comportamentos idênticos em certas situações.

Embora o Fidel não me deixe recados escritos, já me mostrou que não gosta que mexe na sua manta.

Só tenho pena que ele não consiga ler os posts do meu blog.

Não por ser espanhol, mas por não saber utilizar um computador.

Falarei em breve mais dele.

 

 

Ah, quase que me esquecia, o Fidel é um gato.

27
Jan09

Sorry, mas hoje não estou com vontade de escrever nada

Peter WouldDo

Já tenho uma cambada de posts começados mas não acabados.

Mas nem um deles me apeteceu terminar.

Simplesmente não estou com disposição.

E para não quebrar a média de um post por dia vim cá escrever esta coisa híbrida entre um post e um tapa buracos.

Espero que não gostem.

Caso contrário, o que escrevo quando tenho vontade deixa de fazer sentido.

Ainda pensei em escrever uma estória do gênero da estória para pensar, que escrevi em Julho, mas ainda me voltavam a chamar maluco.

Por isso, escrevo só isto.

Acho que já chega.

 

Ah, é verdade, fico por cá mais dois meses, pelo menos.

Prolongaram-me o contrato até fim de Fevereiro.

Disseram-me que foi porque precisaria de dinheiro para comprar uma prenda para o dia 14.

Respondi-lhes que não tinha namorada.

Quase que voltavam atrás não fosse dizer-lhes que estava a brincar.

Agora vou comprar uma prenda mas não tenho a quem a dar.

Há candidatas?

Dizem que sou bom rapaz... (a minha mãe, pelo menos)

26
Jan09

Hoje é o último dia da tua vida! Que farás?

Peter WouldDo

Põe esta música a tocar.

 

 

 

Agora pensa no que farias se um dia acordasses e ficasses a saber que esse seria o último dia da tua vida.

Algo que nunca tenhas feito e sempre desejaste fazer?

Ou que já fizeste e gostavas de repetir?

Farias de forma diferente algo de que te arrependeste de fazer?

Tentavas corrigir alguma coisa?

Ou ganhavas coragem e levavas-la/o ao teu lugar secreto?

 

Eu perderia pelo menos quatro minutos e 17 segundos a ouvir esta bela música...

23
Jan09

Fiquem a conhecer o Mundo Harrods

Peter WouldDo

 

O mundo Harrods cada vez me fascina mais.

Há dias em que parece que entro noutro planeta quando faço o check-in para começar a laborar.

São tantas as diferenças para o mundo real de cá de fora, que aquilo parece um conto de fadas. Só com fadas...

Passo a explicar as diferenças:

 

Quando andamos numa escada rolante do metro de Londres, por exemplo, se colocámos a mão no corrimão podemos no mínimo sujá-las e no máximo apanhar uma doença mortal.

No Harrods se colocamos as mãos num corrimão de uma escada rolante ficamos com elas cheias de creme, o que pode ser útil quando nos esquecemos de fazer em casa.

 

As mesmas escadas rolantes do metro de Londres têm umas escovas junto ao chão para evitar que as pessoas fiquem presas.

Já no Harrods, essas escovas servem para engraxar os sapatos.

 

Qualquer pessoa sabe que o ser humano liberta, por vezes, gazes pouco amigos do olfacto.

Mas, no Harrods, esses gazes são no mínimo Gucci by Gucci até a um bom Prada ou Jean Paul Gaultier, nos caso das senhoras.

 

Cá fora, no mundo real, 90 por cento das pessoas que andam com sacos e bolsa pendurados no braço são mulheres.

No Harrods, os 90 por cento são atribuídos a homens.

 

Por isso, sempre que entro no “tasco” sigo uma rotina:

Ando dez minutos de escadas rolantes para hidratar a pela das mãos e engraxar os sapatos.

E depois passo pela casa de banho das senhoras para me perfumar, já com um saco plástico, com o lanche dentro, colocado no braço.

Há que ser romano em Roma.

22
Jan09

Verbo Googlar

Peter WouldDo

 

 

Ontem, numa conversa online, senti necessidade de dizer que tinha pesquisado algo na internet, mas de forma mais simples.

E a primeira coisa que me veio à cabeça foi “googlei”.

E o verbo “googlar” pelos vistos já aparece como neologismo no português.

E quando queria ser o primeiro a conjugar o verbo googlar no Pretérito Perfeito, descobri que o contrafacção já o tinha feito.

Mesmo assim, e ao contrário do que ele pensa, considero de uma grande utilidade este verbo.

E vou mostrar-lhe que é possível fazer conversa com ele:

 

Queria saber mais sobre ti, por isso googlei-te.

Porque me googlaste?

Não fui eu, mas ele que te googlou!

Bem, só te falta dizer que fomos nós que googlamos.

Não não, porque já te disse que não fiz nada. Por isso vós é que googlastes.

És sempre o mesmo a atribuir culpas: eles isto, eles aquilo, eles é que googlaram o pessoal. Vê se cresces…

 

 

Curiosidades:

Este blog foi, a 22 de Janeiro de 2009, o segundo em todo o mundo a conjugar em português o verbo googlar no pretérito perfeito.

E o primeiro a mostrar quão útil ele pode ser. 

 

21
Jan09

Os dois lados de ser o escolhido

Peter WouldDo

  

Ontem chegou uma chamada telefónica ao departamento onde trabalho pedindo para que uma encomenda fosse levada da recepção ao gabinete do Al-fayed (pai do gajo que morreu com a Diana), e dono do tasco.

De seguida vi o chefe que recebeu a chamada a levantar a cabeça à procura de alguém para enviar.

E escolheu-me a mim.

Quando me disse o que tinha de fazer até senti algum orgulho por ter sido o escolhido.

Pelo meio das explicações, revelou-me que a encomenda tinha de passar primeiro por uma máquina de raio-x, na segurança.

Lá segui caminho.

Durante o percurso pus-me a pensar e cheguei à conclusão de que a honra não tinha sido assim tão grande.

Pelo contrário: eu estava a correr perigo de vida, no caso de dentro da encomenda estar uma bomba.

Mas o que terá levado o chefe a escolher-me a mim? Qual terá sido o critério?”, questionava-me.

 

A primeira coisa que me veio à cabeça foi o facto de eu não ter filhos, ao contrário de quase todos os outros colegas:

Aquele tuga ali ainda não tem descendentes por isso não faz falta nenhuma. Huuum, mas ainda pode vir a ter ao contrário dos velhos…

Irrra, que se foram feios como ele…

É mesmo esse que escolho”, deve ter ele pensado.

 

Outra hipótese plausível é a minha simples insignificância:

Vou escolher aquele ali que se morrer não faz cá falta”, pode também ter passado pela cabeça dele.

 

Nos dias que correm, a religião também não é de pôr de lado:

Ora bem… os hindus não porque a Índia já foi uma ex-colónia nossa.

Islamitas nem pensar porque a haver bomba na encomenda foi colocada por eles e depois a vingança ainda seria maior.

Fico com os judeus e os palestinianos…

Palestinianos não, porque com os bombardeamento cada vez há menos.

Judeus também não, porque o Tony Blair está em Israel e ainda lhe faziam mal…

Não tenho outra escolha…

Espera lá, está ali aquele cristão a olhar e que ainda por cima é do país do Cristiano Ronaldo. Que se lixe o gajo.

 

A orientação sexual também não pode ser excluída:

Ora… mulheres não porque fazem cá falta.

Os velhotes não fazem concorrência.

Os islamitas é que era de arrumar com eles porque podem casar com quatro mulheres… mas por outro lado no paraíso teriam mil virgens…

Olha-me aquele macho latino ali escondido. Já te fo…es

 

A verdade é que a encomenda não tinha bomba nenhuma.

Mesmo assim não me livrei de uma salva de palmas ao entrar no departamento.

Como um herói que acaba de sobreviver a uma rajada de tiros.

Bem, o chefe também pode ter pensado que eu seria o único a conseguir sobreviver a uma forte explosão…

 

Peter, wake up. Your break is finish”, disse-me um colega.

Tinha adormecido durante a minha meia hora de descanso e a sandes de fiambre e a banana tinham ficado por comer.

 

20
Jan09

Um pequeno pulo e talvez o início de algo

Peter WouldDo

 

 

Hoje foi um dia muito especial para mim

Mas, para que percebam porquê, vou começar pelo início.

Um dia qualquer de Abril de 2008 apercebi-me que não estava contente com a vida que tinha.

E resolvi mudar.

Era na altura jornalista de um jornal local de Mirandela.

Um emprego que talvez alguns dos recém-licenciados em jornalismo e comunicação não se importavam de ter.

Olhei para dentro de mim e para as minhas paixões e perguntei-me o que queria fazer.

O cinema surgiu em primeiro lugar.

A essa paixão juntei a minha pouco modesta fantasia de que sou bom contador e criador de estórias.

O resultado foi a necessidade de procurar mais formação em guionismo.

O local óbvio para procurar essa formação seria Londres, já que os Estados Unidos eram financeiramente insuportáveis.

Um emprego garantido numa pequena cidade de Inglaterra (mais uma vez pequena, depois de ter feito Erasmus numa pequena cidade da Holanda, e ter trabalhado em Bragança e Mirandela) e lá segui eu com o objectivo de passados alguns meses me mudar para a capital.

Foi o que aconteceu no final de Setembro.

Surgiram depois os problemas em conseguir uma fonte de rendimento em Londres, que lá acabou por aparecer no Harrods.

Procurada a estabilidade mínima financeira, conseguida apenas em Dezembro, era altura de começar a procurar essa tal formação.

Foi o que se passou ontem à noite, com a participação num workshop de guionismo.

E que bem que correu.

No meu pensamento fiz até um paralelismo com o que vai acontecer hoje (terça dia 20) nos Estados Unidos: a tomada de posse de Obama.

Assim como os americanos têm esperança depositada nos dias que se seguem a essa tomada de posse, também eu tenho uma grande esperança que a pequena formação de ontem seja o primeiro passo para a minha entrada na indústria audiovisual.

As figas estão feitas.

E para me auto motivar tenho uma frase do tutor do workshop de ontem: és o primeiro português que participa comigo nestes workshops (embora haja outros tutores)

Esses workshops são realizados pela Euroscript desde os finais dos anos 80.

Uma invenção genial, devo dizer, para que os guionistas e aspirantes possam ver o seu trabalho avaliado por outros, para além do seu umbigo e ego.

Participei apenas como observador (25 libras) e não levei nenhum guião para ser avaliado (45 libras).

O problema é que tudo o que tenho escrito é em português.

Mas já fiz planos para começar algo em inglês, e no futuro poderei participar de outra forma.

Sinto-me bastante feliz, para contrastar com os momentos em baixo em que estive ainda há algumas semanas atrás.

E hoje só me apetece dizer que o que se passou ontem foi:

 

Um pequeno passo para Peter WouldDo-the-men,

Um grande pulo para Peter WouldDo-o-guionista.

 

WISH ME LUCK!

 

Pág. 1/3

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Links

Downloads

Arquivo

  1. 2010
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2009
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2008
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D