Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Loucura Londrina | Aventuras Em Blog

Um Português A Aprender a Viver Em Londres, E Nem Sempre Da Maneira Mais Fácil

Um Português A Aprender a Viver Em Londres, E Nem Sempre Da Maneira Mais Fácil

Loucura Londrina | Aventuras Em Blog

08
Jan09

OBRIGADO

Peter WouldDo

Ontem foi o dia mais feliz desde que cheguei a Inglaterra.

Acreditem!

Não só porque não trabalhei (este motivo era óbvio), mas porque tive imensas demonstrações de que apesar de longe não estou só.

O número de sms e comentários superou todas as minhas expectativas.

Pessoas que já não vejo há muito, outras que vi recentemente.

Algumas que não conheço, outras que começo a conhecer pelos inúmeros comentários.

Gente de quem esperava, outras que me surpreenderam.

Amigos que conheço muito bem, e outros que gostava de conhecer melhor.

A todos o meu muito obrigado.

Assim, até parece bom ficar mais velho…

Prometo que vou continuar a escrever mais e tentar ser melhor.

Afinal, não tenho mais ninguém que me ouça/leia.

E ontem só faltou mesmo terminar a noite num belo jantar, que até estava destinado a ser no Nandos, depois da sugestão da Liz.

O que não foi possível.

Os motivos?

Conto no post seguinte.

Até já.

 

 

PS: Peço desculpa a todos a quem não dou os parabéns nos respectivos aniversários. É um dos meus muitos defeitos...

08
Jan09

Quem diz que não tem medo dos dentistas?

Peter WouldDo

Nos meus planos para ontem só uma coisa correu mal.

A consulta no dentista.

Andava a adiar uma visita ao senhor da “cadeira mágica”, mas teve que ser.

E quando a marcação teve de ser para o dia 7, até achei conveniente, pois iria tirar o dia de folga.

Mal eu sabia que iria reviver pesadelos de criança.

Acho que até posso ter descoberto o motivo pelo qual as crianças têm quase todas medo de ir ao dentista.

De certeza que é por são ingleses os dentistas que aparecem nos sonhos delas.

 

Mal entrei na sala dos tratamentos comecei logo a estranhar o aspecto.

Tudo muito pequeno para quilo que eu chamaria de consultório.

Pouco maior que o meu quarto.

Primeira pergunta do homem de bata branca: “A consulta é pelo NHS? (serviço nacional de saúde inglês)”

“É sim!”

“Então este check up vai custar 16,20 libras!”

“Mas eu vou precisar de tratar este dente que me tem doído…”

“Huuuum, mas aqui só diz check up. Bem, vamos tirar um raio-x e depois logo se vê”

Cá na Inglaterra os dentistas dão orçamentos.

Raio-x tirado e sou mandado para fora da sala, enquanto que ele é revelado.

Entra outro paciente.

Dez minutos passados, o outro paciente sai do consultório e eu volto a entrar.

“Bem, de facto este dente tem um buraco bem grande. Precisa de ser tratado. Quer com ou sem mercúrio?”

Não estava a perceber a pergunta e perante a minha indecisão, o homem volta à carga.

“Dizem que o mercúrio faz mal, por isso começamos a usar preenchimento sem isso, mas que custa mais caro.”

“Tem de ser privado o tratamento, não dá pelo NHS?”

“Pelo NHS só se for com mercúrio!”

“E quanto custa sem mercúrio?”

“Bem… por ser a primeira vez que vem cá faço-lhe 40 libras, o que é muito barato!”

“Ok, pode ser.”

“Mas vai ter de esperar que trate o outro paciente, porque não estava previsto o seu tratamento.”

“Ok, não há problema.”

Volto a sair do consultório, e de volta à sala de espera, onde aguardava por mim mais uma dose de música de filmes de cowbois e uma televisão com fotos de doenças dos dentes intercaladas com fotos de flores e bonitas paisagens.

O filme ainda estava longe de terminar.

Regresso para o tratamento já depois de ter pago 56,20 libras e já instalado na cadeira fico apavorado com o dentista a esguichar com a seringa da anestesia para o ar.

“Vai doer um bocadinho, mas depois não dói mais.”

Já doia e a primeira de três injecções ainda não tinha começado.

Três doses depois já eu suava.

Com as gengivas a crescer começo a salivar-me.

Mas nada de aspirador de saliva…

Durante o tratamento o meu peito serve de bandeja para colocar as ferramentas.

Termina as "obras", e eu ainda sem aspirador, quando já tinha mais de um litro de saliva dentro da boca e 350 gramas de bocados do dente que ele tratou.

Bebo água e quando vou para bochechar os dentes sai um géiser boca fora.

Tinha o lado direito todo dormente.

Nem a orelha sentia.

Se arranhasse o couro cabeludo daquele lado só ouvia o cabelo a ranger.

Eram sete horas quando o pesadelo terminou.

 

Passa pouco da meia-noite quando escrevo este post e ainda tenho a gengiva dormente.

Há minutos atrás ainda só sentia a ponta da língua.

Era como se essa parte do corpo estivesse a levitar dentro da boca…

O gajo deve-me ter confundido com um cavalo, só pode.

Percebem agora porque não houve jantar para ninguém?

Estou cheio de fome, vou comer uma sopa enlatada.

Se fosse uma criança prometia que não ia mais a dentistas.

Como sou adulto e responsável prometo que não vou mais a dentistas… ingleses.

 

 

PS: xiça, que isto ficou bué de grande...

07
Jan09

Hoje é dia de loucuras

Peter WouldDo

Hoje faço anos.

Não digo quantos porque não me apetece.

Mas são mais de 20 e menos de 30.

Arranjei maneira de ter folga, para ir ao dentista e a uma entrevista de emprego, mais logo à tarde.

Ao jantar apetece-me ir comer fora.

Sozinho vai ser engraçado.

Uma pequena loucura minha, já que hoje é um dia especial.

E não vou ao Mac.

Nem vou ao buffet de comida chinesa por cinco libras, sem bebida.

Ainda vou escolher.

Optei por não dizer a ninguém que hoje é o meu aniversário.

Ou seja, possivelmente ninguém em todo o Reino Unido sabe que há um cromo português em Londres que hoje faz anos.

É engraçado pensar nestas curiosidades.

Por outro lado, há um rectângulo de terra ali depois da Espanha de onde já me vieram alguns sms a dar os parabéns.

E como muitos dos leitores deste blog não têm o meu número, de certeza que vão comentar este post para me dar os parabéns.

E dessa forma vou bater o recorde de sete comentários do post anterior.

Por conseguinte, vou ficar super contente e continuar a escrever aventuras e estórias sobre a minha estada cá.

Que basicamente se têm resumido a aturar a Magda.

Tirando isso, o mundo parece um paraíso…

E vocês ainda não sabem tudo o que eu sei sobre ela.

Mas, prometo que conto.

Se os comentários deste post ultrapassarem os sete.

É tão bom fazer chantagem…

 

 

 

 

PS: pensava que havia um bolo entre os bonecos do sapo, mas só havia um presente. Parece que este ano vou ficar sem bolo... só se for ali ao café português comprar uma nata (pastel de belém). huuuuum mas essas são das congeladas e não valem nada. Christmas pudding também está fora de hipoteses. Um donuts também, porque têm buracos e não dá para colocar as velas. Bem, vou ter de recorrer ao pão de forma que tenho no armário. Coloco-lhe açucar e mel para ficar doce... como a vida de pobre é lixada...

05
Jan09

"Tudo beim" comigo

Peter WouldDo

Um dia chego a casa e deparo-me com o seguinte aviso na janela da cozinha, mesmo por cima do lava-loiça.

 

 

O papel mais pequeno, em baixo, foi a minha resposta.

Naquele momento não tinha mais nada para dizer.

Só podia responder na mesma “moeda”.

Literalmente da mesma forma.

E quando digo forma, refiro-me também ao ditongo “em” com um “i” pelo meio.

 

Mas, o que mais me irritou naquele aviso foi a parte do “Não quero e não gosto”.

Nunca ninguém me tinha dito isso.

Já me tinham dito “não gosto e não quero”.

Mas nunca naquela ordem.

Por isso, fiquei mesmo sem saber o que dizer.

E só quando olhei pela segunda vez para o papel e me apercebi que tinha sido a Magda a escrever, entrei em pânico.

Juro que, apesar de saber que só moramos nós os dois cá em casa, pensava que tinha sido outra pessoa a escrever aquilo.

E para que ela não pensasse que me poderia dar um ataque do coração ao descobrir que tinha sido ela e não ficasse preocupada comigo, disse-lhe que estava “Tudo beim” comigo.

Só me esqueci da palavra “comigo”.

E de colocar o meu nome.

Será que ela soube quem escreveu a resposta?

 

04
Jan09

Vírus perigoso cá por casa

Peter WouldDo

Julgo que a Magda foi atacada por alguma espécie de vírus que provoca alguns sintomas complicados quando se vive em comunidade.

O primeiro desses sintomas de que me apercebi é a cleptomania.

Há algumas semanas atrás apercebi-me que o meu amaciador de roupa estava a desaparecer mais rapidamente que uma lavagem por semana, a utilização que lhe dou.

Não foi pelo valor (custou menos de uma libra) mas pela curiosidade que lhe coloquei uma marca com uma caneta permanente.

Um pequeno traço imperceptível ao olho brasileiro (isto é uma piada).

Na semana seguinte o nível de amaciador estava mais baixo que a marca.

Lembro que na casa só vivo eu e a Magda.

 

O segundo sintoma do vírus de que a Magda terá sido atacada é a desculpabilização.

Na semana passada deparei-me com dois avisos iguais dentro do armário dos líquidos e detergentes.

Um estava colocado no detergente para a roupa e o outro no amaciador.

 

 

Eu nunca utilizei nada da Magda.

Juro!

Ok, à excepção de uma manteiga com sabor a alho, que ela tinha no frigorífico.

E acho que ela não descobriu o meu esquema para detectar roubos no meu amaciador.

Por isso, só pode ter sido o tal vírus a levá-la a colocar os avisos.

O vírus adicionado à sua tendência para decorar a casa com gravuras escritas num português mais que correcto.

Veja-se o exemplo daquilo que deveria ser um “é meu” transformado num “e meu”.

Recordo que ambos os avisos são compostos por seis palavras, uma das quais é o nome dela, no qual ela nunca daria um erro (e até já nem sei…)

Sendo assim, fica uma percentagem de 20 por cento de erro.

Ou seja, um erro em cada cinco palavras que ela escreve.

Tentem fazer melhor, miúdos de seis anos…

Gostaria ainda de voltar a chamar a atenção para um facto que já referi neste texto.

Na casa só vivo eu e ela.

Sendo assim, para quê assinar os avisos?

Pág. 3/3

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Links

Downloads

Arquivo

  1. 2010
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2009
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2008
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D