A minha noite de Haloween
Alguém sabe qual é a forma mais divertida de passar a noite de Halloween?
Qual é?
Qual é?
Ir a um bar de salsa.
Não há nada mais estranho do que ver um lobisomem, o Drácula e o Frankenstein a dançarem salsa.
Tenho de reconhecer, no entanto, que me senti deveras inadaptado.
As miúdas que lá estavam eram quase todas latinas e, mesmo depois de estudá-las a fundo, não tive grande sorte.
O sistema é mais ou menos assim: o rapaz chega-se a elas, pergunta-lhes se querem dançar e quase sempre a resposta é sim.
No entanto, (tinha de haver um no entanto) elas quando estão a dançar com alguém contrariadas fazem cara de enjoadas.
Nesses casos, o rapaz fica com a moral em baixo.
Ah, e elas dançam contrariadas para não estarem paradas.
O meu problema, no sábado à noite, é que não conseguia que nenhuma dançasse comigo.
Preferiam estar paradas.
Eu e os meus dois amigos portugueses.
E quando já em desespero eles se agarraram a dois “monstrinhos”, eu decidi que tinha de “atacar”.
Procurei à minha volta duas miúdas que estivessem juntas.
Tentei ver qual das duas era a mais bonita, e concentrei-me na outra, a segunda mais bonita.
(as probabilidades de sucesso são sempre maiores se formos à amiga frustrada com quem ninguém quer dançar)
Mas o meu plano tinha ainda uma segunda parte: esperei que lá fosse um totó convidá-la para dançar.
Mesmo depois de ela recusar, o totó ficou a tentar convencê-la.
Era a minha deixa.
Perante um totó e eu as minhas probabilidades de sucesso com a segunda mais bonita eram enormes.
E assim funcionou.
Ela aceitou dançar comigo.
Claro que em parte para se ver livre do totó.
E por incrível que pareça a minha moral não ficou em baixo, mesmo quando ela começou a fazer cara de enjoada.
Senti-me como se tivesse atingido os Himalaias.
E se a noite não tivesse já sido estranha, ainda tive direito a sair do bar e a ver o… leiteiro.