2,4 milhões de doentes
Hoje é segunda-feira, e há sete dias atrás também foi.
E esse dia 05 de Janeiro foi também a primeira segunda-feira do ano.
Mas o que achei mais curioso foi o que li no jornal no dia seguinte.
Na terça-feira dia 06.
Alertava o The Times para o perigo financeiro que poderia ser os 2,4 milhões de ingleses que se deram como doentes na tal primeira segunda-feira do ano.
O jornal fazia contas aos medicamentos para a gripe que poderiam ser precisos para tratar tanta gente.
Entrevistava directores de serviço de urgências de hospitais e gente do ministério da saúde.
Quem lia a notícia ficava com a impressão de que algo de problemático andava no ar, para além de um simples vírus gripal.
Fiquei preocupado.
Uma preocupação que durou até à passada sexta-feira quando soube que no Harrods não houve doentes nessa segunda-feira.
Contaram-me que há uma política interna que impede os funcionários de meterem um sick day nessa segunda.
A curiosidade aumentava.
Antes do “porquê” da praxe, o meu interlocutor acrescentou que até cinco dias de doença a grande maioria das empresas inglesas paga da mesma forma os salários e muitas delas nem pedem comprovativos de doença, se isso não estiver sempre a acontecer, claro.
Quando a conversa acabou lembrei-me da notícia do The Times, e disse:
“Ahhhhhhhh”.
Tinha percebido que afinal não são só os tugas a descobrirem as regalias e falhas dos sistemas.
E o Harrods como tem uma autêntica Babilónia, precaveu-se contra esses falsos doentes.
Mas o raciocínio continuou:
“Que totós são estes jornalistas que não foram capazes de ver que esses 2,4 milhões de doentes na segunda-feira dia 05 de Janeiro eram afinal a percentagem de trabalhadores estrangeiros que têm no país. E nessa percentagem de certeza que está uma boa fatia de tugas.”
E se o Harrods tem esta política interna é porque o “efeito primeira segunda-feira do ano” se vem repetindo…
Quanto anos mais precisaram os ingleses para perceberem que não há nenhuma pandemia de gripes, e que estão a ser chulados pelos emigrantes?