Primeira desavença com o Fidel
Ontem foi dia de limpezas cá por casa.
Pelo menos para mim.
Nunca fui grande seguidor das limpezas sempre no mesmo dia da semana.
E assim, sempre posso fazer semanas com mais de sete dias…
Não sei se me faço entender.
A parte que me cabe é a casa de banho do primeiro andar.
Uma casa de banho dividida em duas.
Numa divisão a sanita, na outra a banheira e o lavatório.
(antes que perguntem, não há suporte para o rolo do papel higiénico, por isso não ando contrariado)
Luvas colocadas, pano e pistola com um líquido próprio e depois balde e esfregona.
Trabalho concluído deparo-me com um problema: a porta da divisão da sanita fecha-se sozinha o que dificulta a secagem.
Tinha de arranjar solução para o problema.
Olho à minha volta e… encontro a solução:
Não sei se é perceptível, mas a solução para segurar a porta foi o rato peluche do Fídel, que andava por perto.
Ou melhor, a cabeça do rato.
O problema foi quando o Fidel ia a passar pelo local e viu o melhor amigo de cabeça metida debaixo da porta.
- Que estás aí a fazer Raúl?
- Foi o Peter que me meteu aqui a cabeça a segurar na porta para que entrasse corrente de ar e o chão secasse mais depressa.
- O quê! Aquele gajo deve ter a mania das soluções simples… Nem pensou que te poderia estar a magoar?
- E não está, porque a minha cabeça é mole e feita de tecido.
- Não interessa. Ele tem que ter consideração pelas outras pessoas…
- Mas eu não sou uma pessoa!
- Eu sei que és um rato, mas ele pelo menos deveria ter-me pedido permissão para te colocar a segurar a porta. E podia sempre recorrer a um sapato. Olha, aquele que eu roí há dias.
Depois, zangado, Fidel veio falar comigo e antes de começar a miar nas alturas explicou-me a teoria da evolução de Darwin.
Toda a sua conversa era baseada na possibilidade dos descendentes do seu amigo rato Raúl um dia viram a ser humanos como os meus descendeste.
Perante essa possibilidade, Fidel garantiu-me que os descendentes do Raúl iriam dar porrada nos meus descendentes.
Obviamente não gostei da imagem que surgiu na minha cabeça e imediatamente pedi desculpa.
Se há coisas que eu não quero é chatices com gatos e descendentes de ratos.