A minha relação com o sol
Hoje à tarde voltou o sol. A primeira coisa que lhe disse quando o vi foi boa tarde. A boa educação nunca fez mal a ninguém, e como ele aparece poucas vezes pode ser que fique bem visto e que ele me faça o favor de vir mais vezes.
Aproveitei, vesti t-shirt e calções (peças de roupa utilizadas pela primeira vez), e sai à rua em direcção a um parque localizado a poucos metros de casa.
No caminho o sol foi-me dizendo que estava por aí por pouco tempo, e que talvez não tivesse sido muito boa ideia ter saído de casa com calções e t-shirt.
Pedi-lhe para ter um pouco de consideração por mim, que sou português e estou habituado a ter sol em Julho.
Respondeu-me que na Inglaterra reinam os ingleses e os polacos, e que esses estavam habituados a frio e chuva.
Mandei o sol às favas e apressei o passo para aproveitar os poucos minutos que me restavam até chegarem as minhas bem conhecidas amigas nuvens.
Sentei-me na relva, abri a revista sobre cinema que comprei por 3,9 libras (chulice ao contrários dos jornais que são quase oferecidos) e desatei a ler rapidamente um artigo sobre o novo filme da Pixar: Wall-E.
Cerca de meia hora depois o sol foi-se embora com um sorrisinho na boca, quase que a dizer: Fu...i-te
Peguei na revista e fui embora.
Nunca mais me meto com sol.