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Loucura Londrina | Aventuras Em Blog

Um Português A Aprender a Viver Em Londres, E Nem Sempre Da Maneira Mais Fácil

Um Português A Aprender a Viver Em Londres, E Nem Sempre Da Maneira Mais Fácil

Loucura Londrina | Aventuras Em Blog

28
Jul09

Chochas e a mala esquecida

Peter WouldDo

 

O Chochas combinou as coisas bem combinadas e no sábado em que o irmão estava de visita a Londres conseguiu que a namorada levasse para sair uma amiga.

Estava prometida uma noite de diversão para os quatro.

No entanto, um senão: a amiga da namorada do Chochas só chegava nesse sábado à noite.

Nada que ele depressa não resolvesse.

Ia directa do aeroporto para o restaurante e divertia-se… mesmo com a mala atrás.

A noite corria de feição e de facto todos se estavam a divertir.

O irmão do Chochas parecia, inclusivamente, estar a fazer progressos com a amiga francesa da namorada francesa do Chochas.

Nos momentos em que estavam sós, ele sem saber francês e muito pouco de inglês ia divertindo a amiga que nada sabia de português e pouco mais que ele sabia de inglês.

Há temas em que a língua pouca diferença faz.

Se ao Chochas não ocorreu que a amiga da namorada pudesse ficar rapidamente cansada, à sua namorada isso fazia todo o sentido.

E quando a amiga lhe disse que ia embora descansar, a namorada do Chochas preferiu deixá-lo com o irmão a divertirem.

Pouco sentido faria acabar à meia-noite com uma noite de diversão a dois irmão que já não se viam há meses.

E eles que divertidos já estavam, com a ajuda de uns copos de cerveja e demais.

Foram-se as duas para casa e ficaram os machos.

Ficaram que é como quem diz…

- Vamo-nos embora deste bar que aqui só mesmo já acompanhados.

- Então e para onde vamos?

- Ali para uma discoteca que eu conheço em Leicester Square. É só gajas boas.

- Bora lá, que estamos à espera.

 

Já estavam ambientados, e o irmão a adorar a sugestão do Chochas quando este recebe um telefonema.

Era a namorada: a amiga tinha-se esquecido da mala no bar onde os quatro tinham estado.

Depressa chama o irmão e vão os dois a correr ao bar de onde tinham saído.

Todas as roupas da amiga da namorada para os cinco dias de férias em Londres estavam em risco.

Mas para a própria surpresa deles a mala estava seguramente guardada por uma empregada de mesa que se apercebeu do esquecimento.

Pegaram na mala e levaram-na para a discoteca a correr.

Os planos continuavam de pé, e a diversão também.

E que longa foi a noite…

Tão longa que às duas da tarde de domingo, quando o telemóvel tocou, parecia que tocavam os sinos de uma igreja bem perto.

Chochas atendeu, e do outro lado a namorada.

- Então ainda dormias?

- Sim, a noite foi bem longa.

- Nem vale a pena perguntar se se divertiram.

- Claro que divertimos. Acho que o meu irmão nunca mais esquece esta noite.

- Também não quero pormenores. Quando é que podes vir cá a casa trazer a mala?

- Mala? Qual mala?

- Não brinques. A da minha amiga que foste buscar ao bar onde estivemos.

- Xiiiiiiiiii.

- Que foi?

- Acho que a perdemos…

 

Moral da história:

Quando resolverem perder uma mala façam-no num bar. Porque numa discoteca ninguém a guardará.

Ah, e já agora tentem não perder duas vezes a mesma mala, e na mesma noite.

29
Jun09

O David marcou o Chochas

Peter WouldDo

 

 

O Chochas contou-me recentemente que da última vez que foi a Portugal a mãe, que trabalha numa espécie de lar, o obrigou a ir visitar um dos internados: um jovem de 20 anos.

Filho, vais conhecer o David porque ele já viveu em Londres.

Coitado, a mãe trouxe-o para Portugal depois de ele se ter tentado matar com uma pistola.

Só que falhou.”

O Chochas fez logo uma espécie de filme e imitou-o a apontar a pistola à cabeça, de olhos fechados cheio de medo e a disparar.

Resultado: a bala apanhou-o de raspão afectando-lhe o cérebro.

Quando foi a Portugal, lá foi o Chochas visitá-lo.

“Então tudo bem?”, perguntou o Chochas, na maior das inocências, a um internado num lar.

Duas semanas depois da visita o Chochas recebeu um telefonema da mão:

Filho, não sabes o que aconteceu. O David tentou matar-se outra vez.”

“E conseguiu?”, foi a pergunta óbvia do Chochas.

Não!

Foi comprar uma pistola aos ciganos já depois de ter saído daqui, mas como eles viram que ele não percebia nada venderam-lhe uma de sinalização.”

Como daquelas pistolas só sai ar comprimido fazendo uma grande barulheira, desta vez o David ficou surdo.

O Chocas começou a ficar preocupado com a mãe.

“Oh mãe, esse gajo é um perigo.”

Não é nada filho. O David é uma paz de alma.”

“É o quê? Ele qualquer dia ainda compra uma granada, tira a cavilha e esquece-se. Vai à casa de banho e sobrevive, ao contrário de vocês todos.”

Pois… E se calhar foi por isso que o director do lar pediu para ele ser transferido para o Júlio de Matos.”

Algumas semanas depois deste telefonema o Chochas volta a receber outro da mãe.

Sabes, filho, ontem fui visitar o David ao Júlio de Matos.

Ele agora tem uma namorada.”

“O quê? Isso vai acabar em suicídio em massa.

Ele ainda vai convencer os malucos todos a matarem-se.”

Não digas isso que o David é bom rapaz e a namorada é bonita.”

“Porque é que ela está lá?”

Tentou matar-se.”

Foi depois dessa resposta que a mente do Chochas começou a reflectir.

“A conversa entre os dois deve ser sobre as tentativas de suicídio de ambos.

Que devem ser muitas porque eu não acredito que só tenham sido aquelas duas.

O gajo já se deve ter tentado atirar à frente de comboios, abaixo de pontes e arranha-céus, e sobrevive sempre.

O gajo é um perigo.

Qualquer dia ainda se mata a tentar matar-se.

 

16
Jun09

O final de noite do Chochas

Peter WouldDo

“Se eu não chegar até às três da tarde ide buscar-me à esquadra da polícia”, disse o Chochas ao sair de casa, no sábado, ao final da tarde.

Uma frase que deixava transparecer o seu receio em ser apanhado pelos pais da Alice, na própria casa deles, e com a filha Alice.

Mas a verdade é que pouco passava da meia-noite quando chegou.

Os pormenores, esses, só os fiquei a conhecer no dia seguinte.

A noite de Chochas e Alice começou, como tudo previa, num bar a petiscar e a beber umas bejecas.

Como a miúda já o tinha prevenido, ele não precisou de pagar nada.

E muito menos soube quem pagou.

Mas isso também pouco interessa.

Quando a Alice sentiu que os pais e a irmã já poderiam não estar em casa (o Chochas desconfia que foi a irmã dela que lhe mandou mensagem) ela lá decidiu que estava na hora de rumar a casa.

O tempo passava e o Chochas não fazia a mínima ideia se os pais da Alice comiam normalmente rápido.

Ou até se gostavam de sobremesa.

Condições que deixavam no ar uma incerteza sobre quando eles poderiam chegar.

Uma incerteza que poderia condicionar a sua “performance”.

Uns copos do melhor whisky do pai da Alice, gaba-se o Chochas, e a coisa aqueceu ainda mais.

Pouco tempo teve ele para contemplar a bela casa onde estava.

Quando ele se apercebeu já os dois estavam no quarto dela e a coisa a acontecer.

E a imagem do pai dela a entrar pela porta não lhe saia da mente.

O Chochas é um jovem que conta todos os pormenores, mas que são difíceis de aqui reproduzir.

Posso apenas revelar que na noite de sábado ele se “atrasou” um pouco e que só com muita ajuda da Alice conseguiu atingir os objectivos.

Estava o trabalho feito e logo ele se apressou a vestir-se e a despedir-se.

Poucos minutos depois e já o coração dele batia mais calmamente.

E os dois estavam felizes.

O Chochas e a Alice, uma jovem de “quase” 18 anos.

15
Jun09

Apresento-vos o Chochas

Peter WouldDo

Já tinha falado nele, mas só de passagem.

Mas desde o início do mês que temos cá em casa mais um morador.

Cá em casa é como quem diz…

Na garagem.

Um desenrasque a um tuga que teve de deixar o anterior quarto à pressa.

Mas este tuga é um campeão de humildade.

Leva a situação de morar quase numa “barraca” na maior desportividade.

Brinca com a situação com a maior das naturalidades.

E para ajudar à festa, ele é um garanhão com as mulheres.

E quando afirmo isto, estou a ser sincero, pois já o vi em acção e sei que tenho coisas a aprender com ele.

Esta semana o Chochas, nome de guerra dos tempos de criança, conheceu uma miúda francesa num bar: a Alice.

Duas noites depois ela convidou-o para no passado sábado irem correr para Hyde Park.

Coisa que ele já não fazia há anos, segundo ele.

Lá vestiu os calções e t-shirt e lá foi ele correr.

Chegado deparou-se com a miúda vestida de cima a baixo com o melhor equipamento da NIKE, IPod no braço e todos os demais acessórios.

Ele, com uns calções à tropa, t-shirt branquinha e sapatilhas com um buraco causado por uma beata mal apagada.

Segundo contou ele, a miúda teve menos folgo que ele para a corrida.

Já no final, ela pediu-lhe para ele a acompanhar a casa.

Uns metros mais à frente ela disse-lhe que morava num dos respectivos apartamentos de luxo de Kensington, uma zona rica cá de Londres.

O Chochas ficou de boca aberta.

Sempre na boa, lá lhe perguntou que fazia ela à noite.

Derretida, a miúda contou-lhe que os pais e a irmã iam jantar fora, mas que ela tinha optado por ficar em casa.

Ah, também o convidou para ele lhe fazer companhia.

Planos delineados, lá veio ele para casa.

Durante a tarde recebeu um sms dela: MUDANÇA DE PLANOS.

Teriam de começar a noite fora de casa a jantar, depois beber uns copos e acabar na casa dela.

O risco aumentava, já que os pais poderiam voltar a qualquer momento.

Para ajudar à festa, as economias dele estavam muito baixas, e com uma miúda de Kensington o jantar pode ficar bem caro…

Com a maior das humildades resolveu mandar-lhe um sms de resposta a avisá-la que andava “short of money”, não fosse ela ficar à espera que ele pagasse a conta.

A resposta chegou segundos depois: “Mas quem disse que teríamos de pagar alguma coisa? Ah, e dress smart.”

Dress Smart é o mesmo que dizer anda bem vestido, ou traz fato.

Foi então que ele se lembrou que aquele comentário poderia ter sido consequência da roupa da manhã, ou em especial das sapatilhas.

Mas o que mais o surpreendeu foi o “teríamos” na mensagem, que indicava que nenhum deles teria que pagar a conta.

Começou logo a fazer filmes imaginando-se a sair da barraca vestidinho de fato e gravata.

Mas a verdade é que o fez e a noite promete.

Ele pelo menos está com fé que vai molhar o bico.

Quando escrevo este post ele acaba de sair de casa, por isso não faço ideia de como acabará a noite.

 

 

E como não sei se esta estória teve o mesmo impacto em vocês como teve em mim, só relato o que aconteceu no resto da noite com o Chochas se vocês pedirem.

De certeza que será divertido.

Porque quase tudo o que acontece na vida do Chochas o é.

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