Uma confissão:
Eu detesto a mania dos britânicos de serem diferentes.
Mas hoje só vou escrever da mania de ter fronteira para os europeus.
Viajar dentro da União Europeia e mesmo assim ter de mostrar identificação para entrar num país acho que só mesmo no Reino Unido.
São no mínimo 10 minutos perdidos.
Mas que pode passar a meia hora de espera como ontem, domingo à noite, quando muitos emigrantes regressavam a Londres.
E como eu já entrei algumas vezes sei que os funcionários dos serviços de fronteira ingleses detestam o nosso bilhete de identidade.
Não só porque é diferente dos estandardizados passaportes, como eu também acredito que eles detestam aquele amarelo banana.
Mas têm de “comer e calar” porque podemos fazê-lo.
Às vezes ainda me aparece pela frente um artista que pergunta se tenho o passaporte comigo.
Mas leva logo com um redondo não, enquanto o meu passaporte se ri no bolso.
Ele é muito irónico.
A primeira reacção de um funcionário dos serviços de fronteira ingleses quando vê o amarelinho é, e passo a transcrever:
“Rrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr”
Depois fica a remoer enquanto tem de inserir lá no computador o número de oito dígitos.
Olha para mim, e como tirei a foto para o BI num dia sim, não tenho barba.
Ou seja, a foto não combina com a pessoa que ele tem a frente.
Também não ajuda o facto, já comprovado, de que quando a minha barba ultrapassa os quatro dias eu fico parecido com um talibã.
Única solução possível (já que eu não costumo andar com máquinas de barbear no bolso) é ele imaginar-me sem barba.
Adoro fazê-los sofrer.
NB: São neste momento 3:45. Acabei de chegar de Portugal. Hoje, segunda 28, é feriado na Inglaterra, mas tenho de me levantar às 8h para ir trabalhar.