Aumenta o número de visitas... ao meu quarto
As últimas semanas têm sido impressionantes.
Em quase todas tive visitas.
Ora é a família, ora são amigos.
Ou amigos da família e até família de amigos.
Isto tomou proporções tão grandes que há dias acordei e ao meu lado, a dormir não chão, estava uma gaja muita boa.
Depois de a acordar para lhe perguntar quem era ela, lá me disse que tinha era amiga de um amigo e que eu a tinha autorizado a dormir no meu quarto.
Mas acrescentou, com um sorriso de orelha a orelha, que nada de “anormal” se tinha passado na noite anterior.
Claro que fiquei o resto do dia a tentar perceber o que ela quereria dizer com “anormal”, já que não me lembrava de nada…
Embora a ideia de acordar com uma gaja boa ao lado me agradasse.
Mas as proporções do número de visitas não ficam por aqui.
Poucos dias depois recebi um email de um gajo, que não conheço, a agradecer-me pela estadia, que tinha sido “muito boa”.
E lá pelo meio do email dizia que estava feliz “por tudo o que de fora do comum aconteceu”.
“Fora do comum!?” – mais uma vez não me lembrava de nada…
Uma gaja toda boa a falar-me de coisas “anormais” que não aconteceram ainda se aguenta.
Agora um gajo que nem sequer conheço a agradecer por “por tudo o que de fora do comum aconteceu” é que já não me deixa de consciência tranquila.
Tive de lhe responder…
E como quem não quer a coisa lá lhe perguntei o que ele queria dizer com “por tudo o que de fora do comum aconteceu”.
A resposta chegou dois dias depois, já eu estava sem dormir há igual período.
“Desculpa se não me fiz entender. Quando escrevei “Por tudo o que de fora do comum aconteceu” estava a referir-me à gaja boa que estava já a dormir no chão do teu quarto quando chegamos dos copos. Eu sei que não costumas ir abaixo com tão poucas cervejas, mas ainda bem que te aconteceu daquela vez. A gaja era mesmo boa… e papei-a toda. Desculpa foi eu ter saido tão cedo, mas o avião não espera.
Nunca me senti tão aliviado com palavras como aquelas.
É verdade que a gaja boa não estava com um sorriso por minha causa.
Mas o agradecimento do gajo fazia mais sentido, e isso era o que valia mais…
Por tudo isto estou a pensar em alterar o regulamento das estadias no meu quarto.
E para que não haja misturas, os gajos continuam a dormir no chão, as gajas passam a dormir na cama comigo.