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Loucura Londrina | Aventuras Em Blog

Um Português A Aprender a Viver Em Londres, E Nem Sempre Da Maneira Mais Fácil

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Loucura Londrina | Aventuras Em Blog

05
Jan10

A primeira segunda-feira de 2010

Peter WouldDo

Ontem foi dia de limpezas lá em casa.

Bem, na verdade foi dia de limpezas só para mim.

O meu quarto já andava a pedir.

“Anda lá, limpa-me”, ouvia eu incessantemente.

Mesmo quando já estava a dormir.

Ou será que tem estado alguém no quarto comigo???

Não interessa.

Limpezas no quarto dão sempre que pensar.

É que esta coisa onde vivo tem as brutais medidas de… 12 m2.

Na verdade, desde que me mudei para aqui passei a usar sapatos tamanho 42 em vez de 43.

Pois não conseguia entrar no quarto calçado.

Mas tirando isso, este quarto é brutalmente grande.

Não comprido.

Mas Alto.

Quando estou deitado a olhar para cima começo a pensar nas prateleiras que poderia colocar para depois alugar.

Mas quando me lembro que a casa de banho do armazém da minha empresa é muito maior e não temos lá nada, esqueço a ideia.

Nas limpezas a parte que gosto mais é a do aspirador.

Talvez seja do barulho, talvez da potência.

No entanto, o aspirador lá de casa só pode ser usado durante 5 minutos, porque aquece muito.

Nos dias muito frios chego a usá-lo como aquecedor, já que é mais eficaz que o aquecimento central.

Mas hesito sempre em aspirar o meu tapete.

Como ele só custou uma libra, reflicto sempre se não valerá antes a pena comprar um novo em vez de o aspirar.

Como sou poupado, opto pela limpeza.

Depois foi altura de passar à casa de banho.

Coloquei a luva esquerda na mão direita e mãos à obra.

O facto da luva estar na mão errada é apenas outra forma de poupança.

Como só uso luva na mão direita, tenho de dar uso à da esquerda.

Já nos líquidos nada de poupanças.

Atiro líquidos para tudo o que é passível de ter impurezas.

Desinfecção total.

E já no final, adoro colocar o balde com a esfregona a interromper a entrada de colegas de casa na casa de banho que eu limpo.

Tenho sempre uma sensação de poder nessa altura…

13
Fev09

Primeira desavença com o Fidel

Peter WouldDo

Ontem foi dia de limpezas cá por casa.

Pelo menos para mim.

Nunca fui grande seguidor das limpezas sempre no mesmo dia da semana.

E assim, sempre posso fazer semanas com mais de sete dias…

Não sei se me faço entender.

A parte que me cabe é a casa de banho do primeiro andar.

Uma casa de banho dividida em duas.

Numa divisão a sanita, na outra a banheira e o lavatório.

(antes que perguntem, não há suporte para o rolo do papel higiénico, por isso não ando contrariado)

Luvas colocadas, pano e pistola com um líquido próprio e depois balde e esfregona.

Trabalho concluído deparo-me com um problema: a porta da divisão da sanita fecha-se sozinha o que dificulta a secagem.

Tinha de arranjar solução para o problema.

Olho à minha volta e… encontro a solução:

 

Não sei se é perceptível, mas a solução para segurar a porta foi o rato peluche do Fídel, que andava por perto.

Ou melhor, a cabeça do rato.

O problema foi quando o Fidel ia a passar pelo local e viu o melhor amigo de cabeça metida debaixo da porta.

- Que estás aí a fazer Raúl?

- Foi o Peter que me meteu aqui a cabeça a segurar na porta para que entrasse corrente de ar e o chão secasse mais depressa.

- O quê! Aquele gajo deve ter a mania das soluções simples… Nem pensou que te poderia estar a magoar?

- E não está, porque a minha cabeça é mole e feita de tecido.

- Não interessa. Ele tem que ter consideração pelas outras pessoas…

- Mas eu não sou uma pessoa!

- Eu sei que és um rato, mas ele pelo menos deveria ter-me pedido permissão para te colocar a segurar a porta. E podia sempre recorrer a um sapato. Olha, aquele que eu roí há dias.

 

Depois, zangado, Fidel veio falar comigo e antes de começar a miar nas alturas explicou-me a teoria da evolução de Darwin.

Toda a sua conversa era baseada na possibilidade dos descendentes do seu amigo rato Raúl um dia viram a ser humanos como os meus descendeste.

Perante essa possibilidade, Fidel garantiu-me que os descendentes do Raúl iriam dar porrada nos meus descendentes.

Obviamente não gostei da imagem que surgiu na minha cabeça e imediatamente pedi desculpa.

Se há coisas que eu não quero é chatices com gatos e descendentes de ratos.

04
Fev09

A presença das senhoras da limpeza nas notícias

Peter WouldDo

Isto anda mesmo mal de posts.

Mas se a crise atinge tudo e todos, porque não haveria de atingr também este blog?

Na verdade, ontem não tive tempo para escrever um textozinho para esta coisa.

Tive a visita de uns amigos no domingo, e que iam embora na segunda.

E na segunda nevou bué em Londres.

A neve origina cancelamento de vôos.

O cancelamento de vôos obriga as pessoas a ficarem nos locais onde foram passar férias.

E é aí que surgem os amigos.

Para dar abrigo.

O início de noite de ontem foi passado com eles a ver os jornais televisivos portugueses.

E toda a gente sabe que essas coisas a que chamam "noticiários" são o equivalente a séries humorísticas cá na Inglaterra.

Cá vai o resumo:

 

Na SIC fizeram uma reportagem especial sobre o encerramento do tribunal da Boa Hora.

Entrevistaram toda a gente.

E quando digo toda gente incluo, obviamente, a senhora das limpezas.

Mas, a personagem que mais me fez sorrir até foi uma outra senhora que todos os dias vai até àquele tribunal assistir a julgamentos.

O ponto alto da sua entrevista foi quando o jornalista lhe perguntou qual o julgamento de que tinha gostado mais.

A dona Celeste de Azevedo aproxima-se do jornalista (e à câmara), olha para o lado para ver se alguém está a ouvir, e começa a contar (falando baixinho) o que viu e ouviu num julgamento.

Foi espectacular vê-la a certificar-se que ninguém a estava a ouvir, quando ao mesmo tempo falava para uma câmara que iria reproduzir as suas palavras para, talvez, milhões de pessoas.

 

Depois uma passagem pelo sensacional jornal da noite da TVI.

Nesses belos minutos de TV o destaque vai para as greves de trabalhadores britânicos no Reino Unido.

Queixam-se que os estrangeiros lhes estão a tirar os empregos.

Confesso que fiquei sensibilizado com os senhores.

Nós, estrangeiros, estamos de facto a roubar-lhes descaradamente os lugares.

E por isso, vou lançar uma sugestão que para já se destina a todas as senhoras dalimpeza e mulher-a-dias do Reino Unido.

PAREM DURANTE 24 HORAS!

A porcaria que ficará deve chegar para esses senhores perceberem quanto precisam de vocês.

 

Por último a RTP e as notícias de falências.

Os funcionários de uma fábrica de agulhas, com medo de perderem o emprego, foram para o Rossio protestar com a intenção de serem recebidos pelo ministro da Economia, Manuel Pinho.

Na reportagem diziam que acabaram por ser ouvidos por dois assessores de um secretário de Estado.

Ou seja, o equivalente aos distritais de futebol na política.

E conta-se, segundo fonte anónima, que só não foram recebidos pela senhora das limpezas porque ela já tinha acabado o turno:

 

- Dona Maria chegue aqui.

- Que querem? Já piquei o cartão e estou de saída!

- Estão ali fora uns senhores que querem falar consigo!

- Que senhores? Não me venham com mais aspiradores porque já tenho dessas coisas que chegue em casa!

- Não é nada disso. São trabalhadores de uma fábrica de agulhas que querem falar com o ministro.

- E o Manel não tá aí?

- Não veio ao ministério hoje!

- E o TóJó, o secretário de Estado?

- Teve uma reunião no Porto.

- Ai, mas não pensem que eu os vou receber. Mandem então aí dois assessores estagiários. Eu ainda tou para receber umas horas extras que dei em Novembro.

 

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