A relação dos humanos com a natureza
Não sei qual a utilidade dos toldos ingleses.
Se os portugueses servem para as pessoas se abrigarem quando chove (e não para tapar o sol como muito pensam) os ingleses nenhuma das duas funções têm.
A primeira porque as pessoas não fogem da chuva.
A segunda porque cá quase nunca faz o sol de que é necessário proteger.
Mas hoje vou falar da primeira.
Acho que o canal National Geographic poderia muito bem fazer uma análise psicossociológica dos ingleses e sua reacção perante as forças da natureza.
Chove e eles nem apressam o passo.
Neva e eles nem a limpam do casaco ou… da cabeça, imaginem.
Este senhor entrou no metro e em vez de limpar a neve do casaco ou da cabeça, foi ver o telemóvel.
Segundos depois começou-lhe a correr uma torrente de água pela cara.
O nariz parecia uma fonte de água natural.
Dois minutos depois já eram visíveis peixes no chão da carruagem.
Tudo água com origem na neve da cabeça do senhor.
Desconfio que o senhor é da Greenpeace e não quer ajudar ao descongelamento dos glaciares.
Vai daí e descobriu que o seu contributo poderia começar na própria cabeça.
Já tinha ouvido falar destas pessoas que levam à letra a mania de ajudarem o ambiente.
Denominam-se eco-maníacos.
Sei de um que engarrafava os peidos para depois os introduzir numa garrafa de gás butano.
Ao mesmo tempo que evitava a produção de Co2, poupava uns trocos na conta do gás.
Sobre a senhora que ralava as unhas cortadas para fazer chá não falo, porque já devem conhecer essa estória.
Mas de certeza que não sabiam da existência de alguém capaz de fazer velas com a cera dos ouvidos.
E dizem que são mais duradouras.
Já pensei qual poderia ser o meu contributo, mas o chulé dos meus pés não é suficiente para encher uma bomba de gás lacrimogéneo.
Resta-me continuar a guardar os macacos que tiro do nariz.
Já dizia o poeta:
Macacos no nariz?
Guardo todos, um dia vou construir um castelo.